“Controle é uma arma para fascistas”.
Enquanto Vic tenta provar a si mesmo que consegue ser um bom líder e comandar uma equipe, os desajustados de Niles Caulder se auto desafiam, lidando com dilemas emocionais e traumas ainda latentes, para desvendar o paradeiro de seu real líder.
Rita tenta manter-se centrada e reencontrar seu equilíbrio. Cliff ainda busca compreender como sentir, ou talvez, como aprender a lidar com “não sentir”. Jane, como sempre, tenta viver consigo mesma(s). E Larry, personagem mais complexo e explorado desse episódio, quer aprender como estar no controle.

Todas as vezes que voltamos ao passado de Larry, vimos o quão conflituosa sempre foi sua vida. Ele pode até ter gostado de sua esposa algum dia, mas nunca foi capaz de admitir para o mundo – e para si mesmo – quem ele realmente é. E esse é um fardo que ele carrega até hoje, e ouso dizer que, até compreender e aceitar sua própria existência e quem de fato é, ele jamais estará no controle.
Tenho certeza que ele vai “descobrir” isso daqui para o final da temporada, e aquela epifania de “meu maior conflito era eu mesmo” acontecerá. Mas antes disso, Larry e todo o resto da equipe tem algo paralelo (na verdade, principal) para resolver: quem é o Mr. Nobody, como pará-lo e reaver Niles Caulder.

Como vimos no episódio piloto, Paraguai parece ser o ponto de partida de toda essa história. Enquanto Rita e Vic ficaram para trás, Flit – mais uma das personalidades da Jane, com poder de teleporte – levou Cliff e Larry para o epicentro das especulações.
A nossa principal descoberta aqui acabou sendo a conexão de Niles com os nazistas e aparente tentativa de parar as atrocidades que aconteciam nas instalações Fuchs. Eric Morden é tido como “a melhor das criações” no local, e toda a vibe do ambiente é bem “gênio maluco nazistinha” mesmo.
Embora toda a sequência das instalações Fuchs tenha sido bem na média (mas as cenas de ação foram incríveis como sempre, que fique claro), ao meu ver, é preciso destacar algo sobre Jane. Ela realmente não era a personalidade dominante, porém, após um incidente traumático ela acabou indo a superfície e substituindo “Miranda” (nome da personalidade dominante anterior). Isso deve ser melhor explorado nos episódios seguintes, mas eu achei uma ótima forma de pincelar as complexidades da Crazy Jane e seu passado.

Por fim, eu diria que a ida ao Paraguai não rendeu tanto assim e não avançamos muito na história. Foi legal irmos mais à fundo nas questões do Larry, perceber que ele precisa aprender a conviver consigo mesmo, mas sinto que estamos há 2 episódios dando mais peso à ele que aos outros, e eu particularmente adoraria que chegasse a vez da Crazy Jane.
No fim do episódio, ainda, vimos o irreverente “companheiro de tour” de Larry, Cliff e Jane sair da câmara de mutação, horrendamente transformado, após toda a confusão que aconteceu nas instalações. Pra quem não entendeu muito bem aquele final, acho que vale dizer que basicamente assistimos o “Homem-Animal-Vegetal-Mineral” ser forjado. Muito provavelmente, ele retornará a aparecer mais para frente, em outros arcos, já que é um dos vilões (acho que anti-heroi, na verdade, né?) do Doom Patrol.
E bem, já sabemos que a Patrulha do Destino está tão perdida e sem rumo quanto nós, mas eles precisam encontrar a trilha de pistas nos próximos episódios, porque eu não quero uma história arrastada não, hein (“Umbrella Academy” deixou marcas doloridas em mim).
E enfim, não tem como encerrar essa review com qualquer coisa que não seja o icônico bravado manuscrito:
“control is a weapon for fascists” – CRAZY, Jane.

P.S.: mais alguém está intrigadíssimo com aquela baratinha que anda aparecendo em todos os episódios e está até na abertura? HAHA.