“The person who’s breathing is me”.
Doom Patrol, como consegue ser tão perfeita? Eu sei que já deve estar soando extremamente redundante os meus “meu Deus, que série!” a essa altura, mas realmente não tem como não continuar se surpreendendo com a qualidade desse seriado. Nada acontece por acaso, e eles conseguem adaptar suas histórias tão bem que eu chego a questionar o que estou fazendo da vida! É a série do milênio, e eu posso provar! HAHA.
No episódio anterior, Mr. Nobody deixou uma “nota mental” para Jane sobre “Doom Patrol”, e é claro que a determinação da moça jamais deixaria que ela descansasse sem buscar suas respostas. Sendo assim, em diversas misturas de passado e presente, nós seguimos uma jornada de auto conhecimento sobre a formação original da Patrulha do Destino.
A principal ligação da Patrulha original com os misfits atuais acaba sendo a Rita. Nesse universo, Rita teve um breve relacionamento com Mento, ainda nos anos 50 (mas não, eles não adotaram o Garr como nas HQs, rs). E foi por meio de flahsbacks dessas relação que nós pudemos adentrar em pontos mais obscuros do passado de Rita. Apesar de ainda bastante turvo, já começa a ficar mais claro para nós que os traumas de Rita vão muito além das inseguranças superficiais com a aparência. A suposta Marybeth para ser a maior cruz de Rita, e algo que ela simplesmente não consegue superar e/ou se perdoar por.
Mas claro que os traumas de Rita não foram as únicas coisas obscuras e curiosas acontecendo no episódio. Afinal, enquanto Jane, Rita e Larry faziam sua “tour” pela instituição da Patrulha do Destino, Cliff e Vic lidavam com a situação do pós explosão causado no episódio anterior, e para isso, o pai de Vic estava lá “cuidando” do filho e reiniciando seu sistema. O que, de fato, acabou sendo algo basante interessante, já que a todo momento somos levados a ficar nessa corda bamba ambígua sobre quais são as verdadeiras intenções de Silas. Apesar de querer acreditar que seu maior objetivo é ajudar Vic, eu ainda não sei muito bem se posso confiar 100% no cientista, pra ser honesta. E acho que essa é realmente a motivação da série, pelo menos por enquanto.
E por falar em ambiguidade… Aquela vibe “X Men” versão terror da instituição da Patrulha do Destino foi super maneira, né? Particularmente, eu adoro tudo relacionando a suspense, e ficar naquela sensação de “ih vai dar merda” me deixa realmente intrigada, haha. Bom, o Mr. Nobody não levaria a nossa trupe ao encontro dessa gente se não tivesse um belo motivo, não é mesmo? Obviamente, havia algo ali que ele queria que acontecesse.
Desde o início, nós somos apresentados a pedaços do passado de Niles que nos fazem questionar seu caráter e motivações. Certo, ele ajudou bastante Larry, Rita, Cliff e Jane (até Vic), mas até que ponto isso foi feito apenas de coração aberto? Lá em Titans nós já vimos que o Chief pode ser bem complexo, e não está isento de cometer excessos. E ao que tudo indica, é exatamente essa semente de dúvida que o Mr. Nobody quer colocar na mente do grupo.
E além do mais, acho que esse episódio serviu perfeitamente bem para demonstrar o quão devastador este vilão pode ser. Nos primeiros episódios fica até difícil levar Mr. Nobody a sério, afinal, ele é a versão “maléfica” de um Deadpool da vida. Ele sabe que está dentro de uma obra ficcional, e até interage com a nossa realidade. E isso nada mais é do que uma forma muito criativa de demonstrar a dimensão de seus poderes, que podem atravessar tempo/espaço e linhas temporais. Ele conversa conosco, entra em nossas mentes.
E normalmente, em HQs, toda e qualquer habilidade que envolva telepatia tende a ser uns dos níveis mais extremos de poder. Para mostrar que Mr. Nobody não se resume apenas à um cara metido a engraçadinho que se acha Deus e gosta de pregar peças, fomos introduzidos ao destino moribundo da Patrulha do Destino original.
Toda aquele ambiente “X Men” de Rhea, Arani e Mento não passava de uma ilusão de conforto para substituir a realidade completamente devastadora e trágica do Doom Patrol. Eles não foram capazes de derrotar o Mr. Nobody, na verdade, eles perderam e tiveram suas mentes destruídas de maneira desoladora. Foi muito impactante, pelo menos para mim, assistir aqueles três velhinhos tomando seus remédios e vivendo numa simulação, tudo porque tiveram o azar de cruzar caminhos com a devastação em pessoa.
Talvez o objetivo principal do Mr. Nobody fosse amedrontar os herois e impedi-los de seguir em frente com sua busca por Niles; talvez ele só quisesse deixar bem claro a extensão de seus poderes; talvez ele quisesse alertar a Patrulha sobre as outras faces de Niles; talvez ele quisesse tudo isso. E bom, acho que de uma forma ou de outra… Ele conseguiu desestabilizar um pouco mais os nossos herois. E agora, só nos resta continuar assistindo para ver onde toda esse viagem de LSD vai nos levar, e torcer para que, no fim, Larry, Jane, Vic, Rita e Cliff não acabem como Mento, Rhea e Arani.