Burn motherfucker, burn!
Depois de uma segunda temporada massante, que levou o tema tortura bem a sério, a terceira temporada de The Handmaid’s Tale retorna atenta a todas as críticas que recebeu em sua temporada anterior, e prepara o terreno para a grande revolução que finalmente acontecerá. Durante o episódio foi nítido perceber a mudança em alguns temas que foram tão criticados anteriormente, como a grande exposição da violência, a ausência de negros, e a falsa esperança de revolução que sempre abordavam nos episódios, mas que nunca ia de fato para frente. Esse episódio trouxe o que tinha de melhor na primeira temporada, e não precisou apelar para a grande violência gratuita para causar impacto, já que as cenas de maior impacto passaram longe disso.
O episódio é uma continuação direta dos eventos finais da segunda temporada, em que June entrega o seu bebê para Emily fugir. Esperávamos a grande represália que aconteceria com June ficando em Gilead, mas felizmente não foi bem isso que aconteceu, não da forma que imaginamos. A relação de June e Serena já foi logo de cara bem explorada na cena em que a Aia consola sua superior. Digo isso dessa forma para fazer o contraponto que foi a cena, como algo que não esperaríamos se fosse em temporadas passadas. June passa a ganhar a confiança de Serena e ela garante que a filha de ‘ambas’ ficará bem. O melhor nisso tudo foi June simplesmente ignorar Fred e responder somente Serena, e claro, ver as duas desprezando o comandante, o que mostra que de fato as mulheres da série estão se unindo. O consolo que June dá para Serena é reconfortante, e sabemos que ela ainda guarda o rancor por todo o mal que Serena causou, mas acho que todas elas estão começando a entender quem é o principal vilão nisso tudo, os homens de Gilead.
Há o embate de June com Mrs Mackenzie por conta de Hannah após ela tentar recuperar sua filha. O que ocorreu foi uma relação de respeito, raiva e cuidado, já que ambas se agradecem deixando o lado maternal passar a frente de tudo, mas logo após o lado predatório e dominante toma conta e coloca Mackenzie em posição de poder retaliando o fato de June querer resgatar sua filha. Esperaríamos que June seria possivelmente até morta por tudo isso em que ela se envolveu, mas graças ao plano de Serena, June teve o seu nome limpo na fuga de sua filha com Emily. Sendo assim, June foi castigada por tentar resgatar Hannah, mas foi “promovida” a ser Aia de ninguém mais ninguém menos que o comandante Joseph, o mesmo que ajudou Emily escapar. Pelo final do episódio ficou um questionamento se Joseph se arriscará mais uma vez para ajudar na revolução, mas tendo em vista a reação de June, eu acho muito provável que irá acontecer sim.
Preciso ressaltar um dos grandes momentos do episódio, quando Serena coloca fogo em sua própria casa, e June ajuda a mesma a escapar de lá. Foi por conta disso (e pela mentira contada de que June e Serena tentaram impedir Emily de escapar) que June foi mandada para Joseph. A cena da casa em chamas é incrível, e June mesmo ajudando Serena, aproveitou aquele momento vendo o local onde ela mais sofreu na vida indo às ruínas.
E claro que não poderei deixar de falar da Emily e sua fuga tão agoniante para o Canadá. No momento em que mostrou ela no rio sendo levado para a correnteza, eu pensei que tudo estava perdido, principalmente por eu achar que ela naquele momento já estaria são e salvo atravessando a fronteira, já que foi isso que o final anterior deu a entender. Mas felizmente ela conseguiu sobreviver e foi resgatada dentro do território Canadense, e na embaixada do país, ela foi aplaudida por ser não só uma sobrevivente, mas também uma heroína por ter literalmente salvado a vida de uma criança (seja do rio, seja do inferno que seria Gilead). Ao final Emily consegue encontrar Luke e (nesse momento eu estava aos prantos) entrega Holly/Nichole para ele.
E por esse ter sido um episódio tão significativo, eu retomei as minhas esperanças na série que me deixou bem desapontado anteriormente. O episódio para mim valeu por toda a temporada passada, e finalmente seguiremos o rumo que tanto esperávamos, o da revolução!
Espero que vocês tenham gostado e nos vemos na próxima galera, até mais! 😀